Monday, July 12

scrible me



A excessiva utilização de meios computadorizados na produção gráfica e artística tem um efeito curioso de contra-cultura. Cada vez mais existem pessoas a criar peças utilizando materiais arcaicos e técnicas rudimentares como recurso de estilo, muitas vezes, ultrapassando a esfera de recurso, ou meio de expressão, passando a ser a justificação do trabalho, o "Geist" da obra. Assim, é curioso ver o fenómeno de como bics, marcadores e outros recursos menos nobres da expressão artística, muitas vezes criados para outras funções que não as utilizadas (as bic forma feitas para escrever, não necessariamente para desenhar) deixam de ser o meio de passar uma mensagem e passam a ser o conceito na medida em que, deixamos de ouvir justificações de trabalho como - AH, eu quero debruçar-me sobre a crise e os dilemas da existência humana e passamos a ouvir um muito mais frutífero - Eu?! Eu pinto com bic cristal! ---- Agora estava a brincar e passando esta pequena piada, posso dizer que gosto muito do lado manual, pessoal e artístico que os trabalhos fora do computador envolvem, de mais a mais, quando se sai da caixa e se utilizam soluções inusitadas quer pela diferença que os suportes permitem em relação aos tão massacrados recursos computadorizados, quer porque às vezes sabe bem um certo toque de.... realidade?

como anexo um cartaz feito em caneta de feltro eum case study publicitário onde uma equipa faz um número de uma revista inteiramente com bic, textos, ilustrações, crónicas... (peço desculpa, mas já não sei de onde saquei estas imagens)...

Tuesday, July 6

e que tal fazer o americano?


Apetece-me ouvir um hit de verão e ando fixado neste...

Monday, July 5

Contra-tendência do dia



Nos anos 90 tivemos muitas espectativas em relação ao futuro. Um dos adjectivos que definia coisas boas era o "moderno" e tínhamos confiança no devir dos tempos e do que ia surgir deles. Era uma altura de romper com o passado e as coisas pautavam-se por quebrar com o status quo. Havia uma euforia pelo novo. Agora, no presente passa-se o contrário. A tendência é ir buscar ensinamento ao passado e, assim, dirigimos o olhar para aquilo que já foi feito à procura de inspiração. Uma das vertentes deste movimento nostálgico é inclusive burilar o novo para adquirir aspecto de velho. Chama-se a isso neo-retro com exemplos quotidianos como o novo Mini, o VW carocha (bettle), o Fiat 500. E apesar da industria automóvel gostar muito disso, a questão não fica por esse ramo, ao ponto de termos marcas como a hulger que faz telefones "à moda antiga" para telemóveis modernos. Posto isto, é irónico que no dealbar do século XXI estejamos com um olho no passado, ao ponto de uma das reacções, esta tb fruto da industria automóvel, seja um caso clássico da dialectica hegeliana, contendo em si a coisa que se propõe a não ser, que é o conceito de "anti-retro" da citroen, ancorado em figuras progressistas do passado, para afirmar um futuro mais "novo".