scrible me
A excessiva utilização de meios computadorizados na produção gráfica e artística tem um efeito curioso de contra-cultura. Cada vez mais existem pessoas a criar peças utilizando materiais arcaicos e técnicas rudimentares como recurso de estilo, muitas vezes, ultrapassando a esfera de recurso, ou meio de expressão, passando a ser a justificação do trabalho, o "Geist" da obra. Assim, é curioso ver o fenómeno de como bics, marcadores e outros recursos menos nobres da expressão artística, muitas vezes criados para outras funções que não as utilizadas (as bic forma feitas para escrever, não necessariamente para desenhar) deixam de ser o meio de passar uma mensagem e passam a ser o conceito na medida em que, deixamos de ouvir justificações de trabalho como - AH, eu quero debruçar-me sobre a crise e os dilemas da existência humana e passamos a ouvir um muito mais frutífero - Eu?! Eu pinto com bic cristal! ---- Agora estava a brincar e passando esta pequena piada, posso dizer que gosto muito do lado manual, pessoal e artístico que os trabalhos fora do computador envolvem, de mais a mais, quando se sai da caixa e se utilizam soluções inusitadas quer pela diferença que os suportes permitem em relação aos tão massacrados recursos computadorizados, quer porque às vezes sabe bem um certo toque de.... realidade?
como anexo um cartaz feito em caneta de feltro eum case study publicitário onde uma equipa faz um número de uma revista inteiramente com bic, textos, ilustrações, crónicas... (peço desculpa, mas já não sei de onde saquei estas imagens)...
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